sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Tragédia, Políticos e Política

Tragédia, Políticos e Política

          O nosso idioma tem uma forte influência greco-latina, a palavra tragédia advém do grego, tragói, canto de bode que significa algo agourento, catastrófico, muito ao gosto dos antigos gregos, cujo grande expoente foi o filósofo Sófocles.
          Confúcio, o que mais almejava era conhecer o verdadeiro significado das palavras, isto é, a sua etimologia. Nietzsche e Shopenhauer, filósofos alemães, dedicaram-se a esse estudo. O primeiro, no seu livro “Genealogia da Moral”, relaciona a palavra nobre a “verídicos”.
Assim designava-se a nobreza grega, significando alguém que é real, verdadeiro, em oposição ao homem “embusteiro” da plebe. Já o segundo, no seu livro a “Arte de Escrever” faz severas críticas aos intelectuais que desconhecem as línguas antigas.
           A palavra político, de etimologia grega, significa demagói, demagogo, mentiroso. Tem sua origem histórica greco-latina na Ágora e no Parlatore, com o surgimento das novas técnicas do discurso socrático, o sofismo a arte de argumentar a meia verdade.
           Demóstenes, em sua luta contra os demagogos, pede ao povo ateniense que se aprimore, para melhorar o estilo dos oradores. Talvez tenha sido por isso que Niestsche reservava respeito por aqueles que punham a sua vida em risco, em nome de um ideal.
           Da política, dizia Karl Popper, a lógica é o discurso. Foi Platão quem definiu a essência do discurso entre episteme e a doxa. Episteme é o discurso erudito com embasamento científico, a doxa é o discurso do senso comum, simplório, empolgante, e de apelo sentimental.
           Geralmente na política da doxa, os discursos, a publicidade política está desvinculada da história das lutas sociais e políticas de um povo.
É muito comum essas ideias serem focadas em propostas vagas de esperança, renovação, responsabilidade, transparência, etc; enquanto nada disso acontece, as nossas fauna e flora política convivem tranquilamente num rico e verde, muito verde, verdejante jardim.
         Estamos muito longe de alcançar a lição de Demóstenes, ou de superar o paradigma bismarkeano, de que a política é a arte do possível.
         Só nos resta a certeza do Bhagavad-Gita: como as borboletas se precipitam na flama brilhante, assim os homens correm para a sua perdição.


Edilson Freire Maciel
Articulista.

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