segunda-feira, 20 de junho de 2011

Próximos passos


PLENÁRIA DO MOVIMENTO #FORAMICARLA:
Quando: Terça-feira 21/06/2011 (amanhã), entre das 18hs às 21hs

Onde: no auditório da IFRN Midway

Objetivo: organização das próximas atividades do movimento


5° ATO #FORAMICARLA:
Quando: Quarta-feira 22/06/2011 (depois de amanhã), das 15hs às 18hs

Onde: Concentração na Praça Cívica e deslocamento até a Câmara dos Vereadores

Info: Após 11 dias de ocupação na Câmara Municipal de Natal, o movimento conquistou uma Audiência Pública e a garantia da Instalação da Comissão Especial de Inquérito (CEI), que investigará os contratos da gestão de Micarla de Souza. 

A instalação da CEI só poderá ser feita numa sessão plenária na quarta-feira (22/06), momento que o presidente da Câmara fará a leitura do documento que instaura a CEI oficialmente.

O movimento reconheceu esta conquista, mas compreende que a luta está apenas começando. Portanto, um novo ATO será realizado neste dia com o objetivo de fazer pressão para a CEI ser de fato instalada e para colocar o movimento #foramicarla nas ruas. 

Infelizmente, não podemos confiar nos parlamentares. Ao longo de nossa ocupação eles descumpriram todos os acordos firmados com o movimento e a OAB, o que nos leva a crer que eles podem não cumprir o acordo de instauração da comissão também.
Já compreendemos que somente a LUTA garante DIREITOS! Faremos PRESSÃO POPULAR!

sábado, 18 de junho de 2011

Carta aberta do Movimento #ForaMicarla - reflexões sobre as primeiras batalhas


O #ForaMicarla surgiu da insatisfação do povo natalense com a atual administração municipal. Inicialmente os canais de expressão desse sentimento eram os que estavam mais ao alcance de quem tem uma rotina cheia de trabalhos e estudos: as conversas entre amigos e com a família, os comentários nos ônibus lotados e os fóruns ou murais eletrônicos das mídias sociais.

Mas a participação política, por mínima que seja, pode gerar elevação do nível de consciência. Muitos desses(as) cidadãos(ãs) perceberam que era preciso fazer algo mais. Ganhar as ruas. Denunciar uma realidade que não aceitamos e anunciar tempos melhores no horizonte. Dizer que é possível chegar longe através de uma ação política pacífica,plural, não-violenta, democrática, horizontal e autogestionada.

Descobrimos que não estamos sós e temos muita força quando estamos juntos. Foi preciso superar a noção de que protestar é uma coisa fora de moda, que não gera resultados, que é coisa de gente baderneira. Rasgar o véu do individualismo, do consumismo, do imediatismo.

O primeiro ato foi uma experiência reveladora, mas não se vislumbrava aonde era possível chegar. O segundo foi um rito de passagem - quem, das duas mil pessoas presentes, não sentiu a doce estranheza de caminhar pelo asfalto do complexo viário? Já o terceiro ato foi um desafio: durante o dia, pela manhã, na chuva; estávamos em número reduzido, mas cumprimos o roteiro até o fim. E, nesse momento, o que pra alguns era apenas algo que se via na televisão, tornou-se perfeitamente realizável. Pois havia ali, bem na nossa frente, um pátio convidativo. Um ponto privilegiado para cobrar os parlamentares que deveriam fiscalizar as ações da prefeita. Fixamos acampamento. 

Estamos no décimo primeiro dia do "Primavera Sem Borboleta". Sofremos diversas formas de pressão, às vezes com grande intensidade. Essa pressão nos aproximou.

Experimentamos uma forma de organização coletiva que buscou a libertação de vários males do convívio social ao qual estávamos acostumados(as). A convivência nos uniu fraternalmente, apesar da pluralidade de pensamentos e práticas. Nos tornamos uma comunidade. Ocupamos, resistimos e produzimos. 

O apoio da população nos forneceu a energia necessária para continuar. Tanto materialmente (nas diversas formas de doação) quanto espiritualmente (o carinho e o encorajamento que nos foram transmitidos com muita frequência). O apoio dos mais diversos movimentos sociais, desde centrais sindicais a grupos do movimento estudantil, nos lembrava constantemente o fato de estarmos inseridos(as) num processo muito maior. E o apoio da OAB foi crucial nos momentos de maior vulnerabilidade, e no enfrentamento contra os que queriam usar as forças do Estado contra a nossa ocupação pacífica - mesmo ela sendo reconhecidamente legítima e amparada pela Constituição. Além disso, e a despeito da ausência dos vereadores, das ordens para que os funcionários não viessem trabalhar e da ordem para manter o portão frontal fechado, comprovadamente não impedimos a realização de qualquer tipo de trabalho no Palácio Padre Miguelinho. 

A decisão do Superior Tribunal de Justiça, que nos foi favorável e nos salvou de uma desocupação iminente, chegou no momento em que trabalhávamos os detalhes da nossa resistência pacífica. O que se viu então foi uma explosão de alegria genuína. Centenas de pessoas festejaram cantando o Hino Nacional sem cerimônia, uma catarse que muitos(as) lembrarão pelo restante de suas vidas. 

Eis que chegamos a mais um momento vitorioso. Os vereadores da Câmara Municipal finalmente desistiram de usar a arbitrariedade e a falsidade contra o nosso movimento. Segundo algumas pessoas eles buscaram inspiração no nosso acampamento, pois ontem reuniram-se e decidiram uma proposta coletivamente. Só faltou a transparência, mas oportunidades não faltarão pra que eles tentem esse outro princípio também. Na proposta que nos foi apresentada, apesar de haverem alguns erros elementares de redação, comprometeram-se com a realização das demandas que apresentamos neste momento da luta. A audiência pública e a instauração de uma CEI dos Contratos da atual gestão (se for conduzida de maneira eficiente e isenta) tornarão possível o surgimento de provas que abram o caminho para saída de Micarla de Sousa da prefeitura de Natal. Evidências não faltam para guiar os trabalhos. 

O #ForaMicarla, portanto, continua. O nosso caminho ainda pode ser longo e tortuoso. Mas agora, companheiros(as) que somos, andamos melhor. Sabemos que existem outras lutas a serem travadas, algumas muito mais difíceis que esta na qual estamos engajados. Não devemos temer, pois encontraremos amparo nos ombros de gigantes. Todas as pessoas que lutaram e lutam por uma sociedade justa, que dignifique plenamente a condição humana. 

Conclamamos todos(as) os(as) que sentirem-se contemplados(as) pelas nossas palavras e ações a juntarem-se a nós. A participação política, a militância cidadã, a livre expressão de idéias, a denúncia contra as oligarquias, contra a exploração e o desrespeito estão ao alcance de todos e todas. 

Da inércia para o movimento basta um pulo. E quem não pula quer Micarla.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A primavera virá sem a borboleta


Espalhem essa foto aos quatro ventos, pois carrega em si a mensagem de que a maior esperança para a construção de um outro mundo possível reside na rebeldia das cores e flores da juventude. Escutemos uma vez mais Paulo Freire "não é na resignação, mas na rebeldia em face das injustiças que nos afirmaremos".

A luta apenas começou.

Movimento #foramicarla
Acampamento Primavera Sem Borboleta

Carta de resposta ao documento “Desagravo a nós mulheres” dirigido às manifestações do movimento #FORA MICARLA


Nós, integrantes do acampamento “Primavera sem borboleta”, vimos publicamente nos manifestar em resposta à notícia publicada no site oficial da prefeitura do Natal, na data de 15 de junho de 2011, intitulada “Grupo de 300 mulheres faz ato de desagravo a prefeita Micarla de Souza”. Na citada notícia, é relatado o fato de um grupo composto por 300 mulheres ter redigido e assinado um documento de repudio às manifestações contra a prefeita Micarla de Souza, chamado “Desagravo às mulheres”.

Compreendemos que nossas críticas não se direcionam a pessoa Micarla de Sousa enquanto mulher, mas a má administração pública que ela e seus aliados vêm exercendo na cidade do Natal. Acreditamos que as mulheres devem, SIM, ocupar espaços de poder, devem SIM buscar autonomia e reconhecimento e devem SIM executar projetos políticos que garantam direitos sociais para os trabalhadores e trabalhadoras tanto no plano institucional, como não institucional.

Declaramos que o #ACAMPAMENTO PRIMAVERA SEM BORBOLETA é um território livre de sexismo, onde compartilhamos de forma paritária todas as comissões e atividades. Concordamos que deve ser denunciada, enfrentada e eliminada qualquer prática de violação de direitos humanos das mulheres, e de todas as minorias. Por isso procuramos direcionar dentro do acampamento ideais e práticas que visam emancipação de homens e mulheres e esse é um dos motivos de nos somarmos ao Movimento #FORA MICARLA. 

Não concordamos com o discurso que relaciona a ingerência da gestão de Micarla de Sousa com o fato de ela ser mulher. Inclusive, repudiamos e criticamos a forma como em sua campanha foi exaltado e utilizado o fato de ela ser mãe e esposa, preocupada em cuidar da cidade. Nossas criticas não são personalistas, mas querem sim apontar as irregularidades e ineficiências que a população vem observando.

As mulheres que estão prestes a dar a luz a uma criança se deparam com as más condições em que se encontra a maternidade Leide Morais do bairro Nossa Senhora da Apresentação, se deparam com a inatividade de inúmeras creches, com a inexistência de suficientes Casas de Apoio, com a falta de medicamentos nos postos de saúde, com aumento no valor das passagens no transporte público. São as mulheres que assumem o cuidado de crianças e idosos e são as mulheres que majoritariamente utilizam o transporte público.

A má administração de Micarla de Sousa, prefeita, mãe, esposa, jornalista e residente na cidade do Natal, atinge diretamente a vida das mulheres natalenses que lutam para criar seus filhos, administrar uma casa, administrar a vida pessoal e profissional e as barreiras do dia-a- dia de ser MULHER.

Atenciosamente,
  Integrantes do acampamento “Primavera sem borboleta” – Movimento #foramicarla

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Nota sobre o possível acordo

De acordo com o portal nominuto.com, "depois de mais de três horas de reunião num hotel no bairro de Ponta Negra, os vereadores natalenses chegaram a um consenso e definiram uma proposta de acordo para apresentar aos manifestantes do Coletivo #ForaMicarla, acampados desde a semana passada na sede do legislativo."

Pelo que se depreende das notícias veiculadas hoje a tarde, os vereadores começaram a fazer o que deveriam ter feito desde o início da ocupação: se reuniram para entender o que pede o movimento e pensar uma proposta condizente com a indignação.

A grande questão é saber se houve sucesso nessa tentativa. Será que a proposta que virá para o movimento, oferece as garantias suficientes depois de tantos descumprimentos de acordos e quebra de compromissos por parte do Presidência da Câmara, Edivan Martins?

Desde o início, a ocupação do movimento #ForaMicarla exige apenas que a Câmara Legislativa cumpra com o seu dever constitucional: fiscalizar a prefeitura. Para isso, requer que seja realizada uma audiência pública para discutir a precária situação da cidade e a instalação imediata de uma Comissão Especial de Inquérito para analisar a legalidade e moralidade dos contratos de aluguéis da prefeitura (CEI dos Aluguéis).

Cumpridas essas duas exigências, mínimas diante da caótica gestão de Micarla de Sousa, sem dúvida alguma desocuparemos a Câmara.

Nesse sentido, permanecemos abertos ao diálogo, ansiosos para que a nova proposta de acordo concretize integralmente as exigências do movimento #ForaMicarla.

Aproveitamos para agradecer os esforços da OAB por sua mediação e por continuarem nos ajudando a resolver essa questão.








quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ato público hoje, às 18h!

Hoje, dia 15 de junho, a partir das 18h, em frente à Câmara Municipal de Natal, os manifestantes do movimento #foramicarla convocam a população natalense para mais um ato público em prol do fortalecimento do acampamento/assentamento #primaverasemborboleta. Tragam panelas, colheres de pau, apitos, buzinas e, principalmente, sua coragem e indignação!

Por favor, Natal!



Natal, 15 de Junho de 2011

Carta aberta do Movimento #ForaMicarla em resposta à “Nota de esclarecimento” emitida hoje pela Mesa Diretora da Câmara Municipal de Natal

    Diante das sucessivas tentativas de manipulação da opinião pública em desfavor do acampamento Primavera Sem Borboleta (atualmente instalado na sede do Poder Legislativo municipal), é necessária uma resposta clara da nossa parte, nem tanto para a Câmara Municipal, mas sim para a grande parcela da população natalense que tem nos apoiado nestes oito dias de ocupação pacífica da assim chamada “Casa do Povo” – a nossa casa.
    Esclarecemos para a sociedade os fatos como eles são percebidos por nós que estamos no acampamento Primavera Sem Borboleta e pela massa que nos acompanha:
  • A Câmara não agiu como se estivesse ao lado do diálogo aberto, pois traiu essa premissa ao extinguir a CEI dos Aluguéis na manhã seguinte à reunião realizada no pátio da CMN com os manifestantes, onde (através do seu presidente, Edivan Martins – PV e do primeiro-secretário Júlio Protásio - PSB) ela nos garantiu que seria realizada a referida CEI e a sua composição seria discutida até conseguirmos um oposicionista na relatoria ou na presidência. Claramente a distância entre o discurso aqui dentro da CMN e o discurso dos bastidores foi enorme, o que pra nós constitui leviandade e traição.
  • Na intermediação promovida pela OAB-RN de fato apenas um ponto não nos foi concedido. Mas acontece que era justamente o ponto que dava sentido a todos os outros, pois sem a oposição em uma das supracitadas posições nós sabemos que a nova CEI seria apenas outro engodo.
  • Nós compreendemos que não é atribuição da presidência da Casa a definição dessas posições, e sim dos membros definidos para a CEI. Porém, sabemos que tudo isso passa pelo crivo das negociações entre os partidos da situação e os da oposição, e um acordo feito com as lideranças partidárias poderia resolver esse ponto. Entretanto, apesar de explicitarmos essa possibilidade, em momento algum nos foi mostrada a disposição em tentar esse caminho com a celeridade necessária.
  • Dizer que somos intransigentes é meramente um ponto de vista. A firmeza dos nossos propósitos e a disposição de realizarmos diariamente sacrifícios pessoais no intento de concretizarmos nossas reivindicações de fato norteou os nossos debates, tanto entre nós quanto com a CMN. Mas em momento algum agimos contra o diálogo, inclusive respeitamos o direito de fala e agimos com cordialidade com todos os vereadores que apareceram para conversar, inclusive o presidente da Câmara e o primeiro-secretário.
  • Nós sofremos constante pressão psicológica; tentativas de colocação de drogas e camisinhas no acampamento para nos descredibilizar e motivar a nossa retirada; suportamos as condições dificultosas geradas a partir do corte quase total do fornecimento de água e das constantes restrições à entrada e saída dos manifestantes. Nós tivemos a palavra de que o caminho do atendimento às nossas demandas seria tomado com sinceridade, e logo em seguida fomos traídos.
  • Nós nunca impedimos o andamento das atividades legislativas da CMN, prova disso é que no dia 09 de Junho ocorreu uma audiência pública organizada pela Frente Parlamentar de Esporte, Lazer e Cultura. Sem nenhum incidente. Ela contou, inclusive, com a participação qualificada de alguns manifestantes do #ForaMicarla. Sempre deixamos os corredores livres durante o dia e a plenária está um andar acima do espaço ocupado, que se restringe ao pátio da CMN. Inclusive, gostaríamos de saber se, ao menos, os parlamentares faltosos terão suas faltas descontadas no contracheque que recebem mensalmente. Pois a grande maioria dos trabalhadores não possui o privilégio de faltar com seu compromisso profissional sem sofrer severas conseqüências.
  • Por fim, durante as tentativas de acordo, os representantes da situação na CMN em todos os momentos tentaram nos impor a saída imediata da Câmara para que depois tivéssemos nossas exigências garantidas (e mesmo assim, sem garantia de que todas elas se dariam da maneira que nós entendemos como satisfatória para a população do Natal). É como se um vendedor que já te enganou tentasse te vender um produto de forma que você tivesse que pagar à vista e em dinheiro, e ele, em retorno, daria a mercadoria a prazo, e de forma parcelada e sem garantia.
Portanto, com base nessa vivência difícil de oito dias no acampamento Primavera Sem Borboleta e diante da postura esquiva dos representantes da situação na Câmara Municipal do Natal, nós mantemos a nossa disposição de OCUPAR, RESISTIR e PRODUZIR no espaço em que estamos engajados. Não nos colocamos acima das instituições, queremos que estejamos lado a lado. Cabe à população julgar se nós ou os situacionistas da CMN e a prefeita é que estamos com a razão nesse momento histórico. Somos todos iguais perante a lei, mas para isso a ela tem que ser aplicada de forma equânime e em observância aos justos anseios da sociedade.
Contamos com o apoio das milhares de pessoas que já passaram pelo Palácio Padre Miguelinho. Elas nos ofereceram doações, trabalho voluntário, apoio moral e energia pra continuar na luta. Isso ninguém pode tirar, nem a força policial que ameaçam mandar contra o nosso movimento a qualquer hora do presente dia. E continuaremos nosso trabalho esteja onde estivermos. Até que tudo cesse, nós não cessaremos. A resistência se dará de forma pacífica e não-violenta, e seguiremos trabalhando na Casa do Povo em prol da Natal que nós queremos, enquanto os funcionários eleitos não vem aqui fazer o mesmo.
Apelamos ao bom senso dos vereadores para que venham trabalhar por uma CEI dos Contratos digna dos votos que lhes foram confiados em 2008. A nossa cidade está acima de quaisquer interesses que estejam motivando essa má vontade.

Ass.: Movimento #ForaMicarla
   

domingo, 12 de junho de 2011

Os estudantes precisam de ajuda!

Os manifestantes acampados no pátio da sede do legislativo municipal convocam a população natalense a participar de mais um ato público em prol do fortalecimento do movimento popular, suprapartidário e autônomo #ForaMicarla. A concentração terá início às 10h desta segunda-feira, 13 de junho, de frente à Câmara Municipal do Natal, situada no cruzamento da rua Jundiaí com a avenida Campos Sales, no Tirol.
O objetivo é reunir um número recorde de participantes que apoiam a coragem e protagonismo dos estudantes que representam o movimento. O movimento solicita ainda que a sociedade compareça munida de exemplares da Constituição Federal. Estas serão as nossas armas, representadas como símbolos da verdade e da justiça. FAÇA PARTE DESTA REVOLUÇÃO VOCÊ TAMBÉM!

Comissão jurídica do movimento em ação contra decisão do TJ

Por nominuto.com

O desembargador Dilermando Mota concedeu o mandado de segurança impetrado pela Procuradoria do Município e determinou a desocupação da Câmara Municipal de Natal (CMN) até às 12h desta segunda-feira (13).

No mandado de segurança, o procurador-geral do município, Bruno Macêdo, pedia a cassação do salvo conduto concedido aos manifestantes do movimento “Fora Micarla” pelo juiz da 7ª Vara Criminal, José Armando Ponte Dias, que autorizava os estudantes a permanecerem na CMN, ocupada desde a terça-feira (7).

O desembargador Dilermando Mota autorizou o uso da força policial, caso os manifestantes resistam à desocupação. O oficial de justiça deverá notificar os acampados ainda neste domingo.

A comissão jurídica do movimento “Fora Micarla” já ingressou, nesta manhã, com uma petição junto ao TJ-RN em resposta ao mandado de segurança. Eles afirmaram que consideram “estranho” a participação do procurador Bruno Macêdo como “parte ativa da demanda”, uma vez que “não há previsão legal que possibilite sua intervenção em questão referente à Câmara Municipal”.

“O Procurador-Geral do Município não possui poderes para postular interesse da Câmara Municipal de Natal, que tem procuradoria própria”, argumenta a petição.

A comissão jurídica também refuta o principal argumento da Procuradoria do Município para pedir a desocupação da CMN, que seria o fato de o acampamento estar atrapalhando o funcionamento do legislativo.

“Cabe ressaltar também o funcionamento ordinário da Câmara Municipal de Natal (CMN) durante a ocupação: audiências públicas, reunião de vereadores, circulação de servidores, trabalho nos gabinetes, reforma no prédio da Câmara, trabalho da guarda legislativa, tudo ocorreu sem maiores problemas ou impasses”.

O movimento deverá realizar uma plenária nesta tarde para decidir se vai ou não cumprir a determinação do desembargador Dilermando Mota.


NOTA DA REDAÇÃO DO #PRIMAVERASEMBORBOLETA


A comissão jurídica tem tomado as medidas cabíveis e legítimas, respeitando as legislações vigentes no Brasil, como forma de garantir a permanência dos manifestantes do movimento #foramicarla na sede do poder legislativo municipal. Abaixo, breves considerações sobre o mandado de segurança que ataca o habeas corpus concedido aos manifestantes. Com a determinação do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte de retirar os manifestantes do local, sobretudo utilizando-se de força policial caso os estudantes resistam, as medidas da comissão serão mantidas em sigilo.


A comissão jurídica do acampamento, na manhã de hoje, domingo, dia 12, peticionou junto ao Tribunal de Justiça respondendo ao Mandado de Segurança (MS) com pedido liminar feito durante o plantão do TJ que ataca o Habeas Corpus preventivo e coletivo concedido sexta-feira ao movimento #foramicarla.
    
Inicialmente foi percebido que o MS da procuradoria do município nada tem de líquido e certo, ou seja, não é imune de dúvidas, incontestável ou reconhecível desde logo pelo Desembargador. PELO CONTRÁRIO!
    
No MS não há documento cabal que comprove a urgência ou elucide fatos, tornando impertinente a impetração de tal instrumento. É sabido que o mandado de segurança tem rito estreito para serem apreciadas questões de fato. Tal entendimento é consagrado pelo STF.
    
Ainda sobre o MS, cabe evidenciar súm 297 do STF: não cabe MS contra ato judicial passível de recurso. É o caso.


Cabe ressaltar também o funcionamento ordinário da Câmara Municipal de Natal (CMN) durante a ocupação: audiências públicas, reunião de vereadores, circulação de servidores, trabalho nos gabinetes, reforma no prédio da Câmara; trabalho da guarda legislativa; tudo ocorreu sem maiores problemas ou impasses. Qualquer dúvida em relação a isso, o próprio movimento convida para conhecer o acampamento e Casa Legislativa Municipal nesta semana para sanar qualquer suspeita. Prezamos pela transparência de qualquer ato.
Outra estranheza do processo é a participação do Procurador do Município como parte ativa da demanda, haja vista que não há uma só previsão legal que possibilite a sua intervenção em questão referente a CMN. O art. 60 da Lei orgânica deixa claro que seu vínculo é com a Prefeitura e não com a Câmara.


O Procurador Geral do Município não possui poderes para postular interesse da CMN, que tem procuradoria própria.


Um dos pedidos realizados pela comissão jurídica foi a desconsideração desse Mandado de Segurança e manutenção do Habeas Corpus Preventivo.

Cabe lembra que o mandado de segurança, em termos gerais, serve para atacar ato de autoridade pública. No caso, tenta-se atacar a decisão do juiz de 1º grau que concedeu a liminar de habeas corpus. Ou seja, mesmo que deferida a liminar do MS, uma decisão nesse sentido jamais poderia ordenar a desocupação da Câmara pelos manifestantes.

Acompanhe o acampamento #primaverasemborboleta ao vivo

Imagens que valem mais que...








Opinião - Ruy Rocha

OS JORNAIS E OS POLÍTICOS ESTARIAM OBSOLETOS?
Retirado daqui

Há alguns dias, um grupo de jovens ocupa a câmara de vereadores de Natal. Os manifestantes protestam contra a prefeita Micarla de Sousa (PV). Esta seria uma manifestação corriqueira, não fossem alguns acontecimentos. Em primeiro lugar, nunca houve semelhante ato na Câmara de Vereadores, mesmo diante dos mais diferentes descalabros. Por outro lado, trata-se de um movimento suprapartidário, no qual os manifestantes se orgulham de repetir que se trata de uma ação horizontal, isto é, distante de hierarquias rígidas e dos dirigentes partidários.
Eis a principal inovação: os jovens se reuniram pela Internet e propõem o impeachment da prefeita. Foram organizados atos públicos num ponto central da cidade, reunindo milhares de ativistas que pararam o trânsito de uma das principais avenidas da cidade. O twitter e outras novas redes têm sido utilizadas à exaustão, conforme a perspectiva do ciberativismo. Artigos publicados em blogs e revistas eletrônicas pipocaram por todos os lados, enquanto os jovens continuam transmitindo pronunciamentos e mostrando o dia-a-dia da ocupação pela Internet, usando a ferramenta twitcam.

CIBERATIVISMO NAS RUAS E NA CÂMARA
Inicialmente, os ocupantes foram recebidos sem grandes sobressaltos na câmara de vereadores. Entretanto, com o passar do tempo e com a crescente repercussão, as pressões começaram a despontar. O presidente da Câmara, Edvan Martins, tentou negociar a saída dos jovens. Posteriormente, houve uma tentativa desastrada de plantar maconha e preservativos no acampamento, com o claro intuito rotular os acampados como baderneiros. Por fim, houve ameaças de expulsão à força, empregando a polícia militar. No momento, um habeas corpus protege os ocupantes, embora Edvan Martins ainda insista na retirada. Os ativistas declaram que só sairão quando for instalada uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar os contratos de aluguéis firmados pela prefeitura. Há a suspeita de que tais contratos sejam utilizados para beneficiar pessoas ligadas à prefeita, lesando os cofres públicos. A CEI já tinha sido criada, mas com total controle dos apoiadores da prefeita. A oposição exige participar, ocupando a relatoria ou a presidência da comissão.

MÍDIA REGIONAL E A NOVA ESFERA PÚBLICA
Apresentados os fatos em destaque, é importante ressaltar um importante debate de fundo: o papel da Mídia regional na esfera pública. Habermas ressaltou em seus textos que o espaço público sofreu consideráveis transformações ao longo do século XX, com a crescente influência midiática. No caso da Mídia regional no Brasil, não podemos ignorar certos fatores que concorreram para vulnerabilidades históricas: concentração de renda; concentração de poder político; extrema deficiência educacional.
Em outras palavras: temos jornais de baixa qualidade, que vendem pouco; temos emissoras de Rádio voltadas ao proselitismo político-religioso; temos emissoras de TV devotadas aos príncipes eletrônicos, conforme conceito de Otávio Iani. Uma Mídia que padece de males históricos: jornalistas mal remunerados, oprimidos em redações pouco afeitas à diversidade de ideias; imprensa panfletária e retrógrada, tutelada por donos pouco interessados em conhecer e debater a realidade; emissoras sob o controle de políticos, ávidos por transformarem telespectadores em votos.

COBERTURA JORNALÍSTICA?
No caso dos jovens contra a prefeita, percebe-se uma cobertura em que a informação nem sempre é apurada da melhor maneira, de acordo com os princípios do verdadeiro jornalismo. A prefeita é jornalista e desfruta de uma concessão de TV. Evidentemente, fez uso dos telejornais da emissora para tentar deslegitimar os jovens, tentando atribuir a eles uma imagem negativa. Jornais e alguns blogs de jornalistas publicam comentários e matérias sem ouvir os manifestantes, que frquentemente são retratados como arruaceiros e despolitizados.
Ao mesmo tempo, a prefeita investe generosamente em propaganda, o que leva a conquistar a simpatia de alguns donos de jornais. Vale informar que a prefeita ostenta níveis memoráveis de desaprovação conforme pesquisas divulgadas. Na verdade, há uma alarmante rejeição aos políticos e à política em si, o que pode ser perigoso, pois pode resultar numa descrença generalizada na democracia.

DÚVIDAS
Fica a dúvida: jornais e jornalistas podem se aventurar a distorcer e a mentir da forma como se fazia num passado não tão distante? Emissoras de TV podem negar os fatos, prejulgar e construir matérias atreladas à visão de seus “donos”, mesmo quando a população sabe quem são e como pensam estes “donos”? Tenho a impressão de que os meios de informação que não se renovarem, isto é, os meios que abdicarem da busca constante pelas diferentes visões dos fatos, insistindo em rejeitar um diálogo franco com a audiência podem descobrir um dia que se tornaram obsoletos. Este dia pode ser hoje.

Ruy Alkmim Rocha Filho
Jornalista e professor universitário
jornalrocha@yahoo.com.br
@ruycomunica

Videoblog - 5º dia de ocupação

sábado, 11 de junho de 2011

Paulo Teixeira faz visita de cortesia



Na sexta-feira à noite, 10, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira (SP), visitou o acampamento #primaverasemborboleta, na companhia da deputada federal Fátima Bezerra e do deputado estadual Fernando Mineiro, ambos do Partido dos Trabalhadores. Teixeira cumpriu agenda em Natal para tratar de reforma política, a convite dos parlamentares potiguares.

Ao final das atividades, os três se dirigiram à sede do legislativo municipal, quando Teixeira dialogou com os manifestantes do movimento político #foramicarla que se encontram acampados no local desde a tarde de terça-feira, 7 de junho.

“Nós só melhoramos a política brasileira se a juventude participar. Este processo vai ter muito impacto na vida desta cidade”, destacou, mencionando revoluções pelo mundo em que jovens têm sido protagonistas, a exemplo da Espanha.

Paulo Teixeira frisou ainda a peculiaridade do movimento que ocorre em Natal, fruto de debates e mobilizações em redes sociais. “Quero parabenizá-los pela coragem, pela novidade e pelo protagonismo, e dizer que este país precisa formar uma nova geração de gestores que possam conduzi-lo”, finalizou.