sexta-feira, 2 de setembro de 2011

EDIS, PRO PUDOR!


      Vereadores, ó vergonha! Ó vergonha era uma exclamação muito usada antigamente, desde as calendas lunares do judaísmo. Nos tempos dos profetas, do dilúvio, em que barco era conhecido como arca e vergonha significava vestimenta.
       Hoje, cada vez mais curta, a vestimenta vai perdendo a sua originalidade pudenda, dando lugar a impudicícia. A nudez destaca-se eroticamente por entre minúsculas indumentárias, muitas vezes, deixando a desejar ao menor senso estético.
       Barrigas de pantagruéis escorregam pesadamente sob pequenas blusas. Fartos seios, de tão apertados, parecem querer explodir, tendo à mostra os mamilos à meia lua. Quando não, corpos lazarinos, digamos, esteticamente delgados, de proporcionadas protuberâncias, bem marcadas por roupas ajustadíssimas, parecendo éguas encilhadas, com o rabicho a roçar-lhes o fundilho e a rabichola a acariciar-lhes as coxas.
       Esse vestir que se transformou em moda é tido como de pouca vergonha. E o vestir dos representantes municipais na Câmara?  Na casa do revolucionário de 1817, Padre Miguelinho, cuja vida foi sacrificada em defesa da honra? É do mais alto rigor e compostura, da mais nobre decência inglesa. Tudo de acordo com a etiqueta exigida pelo regimento interno da Casa, para a ilustríssima função, cujo vestuário deve assemelhar-se em pureza, ao das vestais: virgens guardiãs do templo de Afrodite, a deusa do amor.
       Segundo a história, uma vestal, após o assassinato do imperador Júlio César, recusou tentadoras propostas dos assassinos do imperador, dentre eles, o seu enteado e senador, Brutus, para que ela não revelasse o nome do sucessor de Júlio César, seu sobrinho Otávio.
       Por acaso, há vestais na casa do povo? Pitonisas sei que as há. E que pitonisas! Ó vergonha! Não amealham para o Templo, mas, para suas bolsinhas.
       Os edis devem vestir-se com a metáfora hebraica do vestir; isto é: da vergonha e imbuir-se da honradez que a nobre função lhes confere. Deixem a pouca vergonha com as libidinosas “éguas” e a sem-vergonheza com os contumazes amigos do alheio, bem longe da egrégia casa do povo.
    

Edilson Freire Maciel
Articulista

Um comentário:

  1. Quer saber porque o sistema de trânsito e transporte de Natal está tão ruim?
    Ato Público em frente a SEMOB, dia 05/09/2011(segunda- feira), Rua Almino Afonso, 44, Ribeira, a partir das 08H: 25min. Participe! promova este evento! divulgue! Tem muito a ver com os aumento descontrolado do valor da passagem!

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